quinta-feira, 13 de março de 2014

PR6-Rota dos Moinhos


Iniciámos as nossas passeatas pedestres deste ano, com um interessante percurso, aqui bem perto, na Serra do Caramulo. A ruralidade e os usos ancestrais em plena e pura natureza, marcaram este dia bem passado, pelos caminhos da nossa terra.

Depois de tanto tempo, com o tempo a não ajudar, eis que apareceu o astro-rei com todo o seu esplendor e temperatura muito agradável, a convidar às fantásticas passeatas pedestres, por um qualquer trilho, por este Portugal fora.

No passado Domingo, deixámos Águeda a meio da manhã para ir até Souto Bom, uma aldeia a norte da Serra do Caramulo, no concelho de Tondela, para percorrer a Rota dos Moinhos. A caminho, seguindo a N333-2, a partir da N230 que liga Águeda ao Caramulo, fomos apreciando o trajecto escolhido, muito interessante, para uma nova incursão pedestre, num destes dias.


Chegados a Souto Bom, demos início ao passeio.

O Centro de Acolhimento da Aldeia de Souto Bom foi o ponto de partida da caminhada.



Percorremos os primeiros metros na estrada principal até à entrada na calçada, devidamente sinalizada. Para nos embrenhar-mos em núcleos de carvalhais, testemunho do que terá sido a floresta nesta zona antes da intervenção Humana.



Surgiram os primeiros campos agrícolas delimitados por muros de pedra, onde foram aparecendo fugidias lagartixas que aproveitavam o calor de algum sol que foi aparecendo. 


É possível avistar-se, aqui e além, alguns Melros, Piscos ou até mesmo Águias de Asa Redonda. De novo se entrou por caminhos florestais entre exemplares de Carvalhos e Castanheiros numa presença impossível de ignorar. Terá sido em tempos, a sua presença de tal forma marcada que terá dado o nome de Souto Bom ao lugar?

São muitas as nascentes, minas de água, represas e ribeiras por aqui. 



O percurso seguiu atravessando uma pequena ponte pedonal sobre a Ribeira da Fraga, na presença de uma luxuriante vegetação, cuja sombra permite a abundância de fetos e musgos característicos de zonas mais húmidas.




Passagem destruída pelas fortes chuvadas deste Inverno.

Na subida que se avizinhou, a calçada acusa a repetida passagem de animais de trabalho indispensáveis no granjeio dos campos agrícolas que se formam aproveitando pequenas parcelas em socalcos que vencem e disfarçam o declive, deixando antever a dureza do trabalho manual e pouco mecanizado que ainda hoje ainda se pratica.



Surgiu-nos uma “Alminha” e aí tomamos a Calçada da Teixugueira, em direcção à casa granítica que se avistou mais acima, emoldurada por espigueiros e uma vasta eira, onde, por certo, se secou muito cereal. A paisagem prende a atenção e, na época própria, volta-se para a cultura do milho que cobre quase todas as pequenas parcelas em socalcos.

Aqui aproveitámos para fazer o habitual e saboroso pic-nic, com fabulosa vista sobre a aldeia e o vale. Lá bem ao longe, avistou-se a Serra da Estrela com muita neve.

O silêncio era quase total, apenas interrompido pelo som da água corrente na ribeira, o ladrar de algum cão ou chilrear dos pássaros e o sino da torre da Capela. Soberba terapia dos sentidos.






Daqui também já se observa o núcleo original de Souto Bom: um conjunto de casas tradicionais em granito, que em breve seria apreciada mais de perto e onde não poderia faltar a capela da aldeia. Pelo Caminho do Tapado, logo se chegou ao largo.




Entrando na Calçada do Vale do Moinho, fomos ao encontro do primeiro núcleo de sete moinhos da Ribeira da Pena. O percurso segue a plataforma que os une, sugerindo uma visita cuidada a este conjunto patrimonial recuperado numa homenagem ao Ambiente e Natureza. 








A passagem pelo relógio do sol levou-nos a admirar a forma expedita inteligente de medição do tempo pelos antepassados.



Percorridos alguns metros de estrada, o regresso ao ambiente rural a caminho da povoação de Eiras enquadrada por terrenos agrícolas das margens da Ribeira.




De novo por caminhos florestais, por rústicas calçadas de granito quantas vezes calcorreadas, e por ambientes de serenidade, o percurso aproximou-se do fim. Já se começou a reconhecer o trilho inicial.
Bastou vencê-lo em sentido inverso até ao ponto de chegada.



De volta ao Centro de Acolhimento, aproveitámos para saber um pouco mais da aldeia de Souto Bom e do percurso que tinha-mos acabado de fazer. Simpática recepção por parte dos habitantes locais que registamos com muito apreço.

Ainda uma nota que também reportámos, com quem falámos na aldeia. Devido às fortes chuvadas, houve a necessidade de intervenção em pontes e caminhos.
Depois de passarmos  pela ponte pedonal, em Ribeira da Fraga, numa bifurcação, uma marca que indicava virar à direita desapareceu. Com isto, andámos perdidos e depois de três tentativas, lá demos com o trilho.
Seria bom repor a marca, sobretudo por questões de segurança, para que ninguém se perca.
Também o grau de dificuldade não nos pareceu correcto. A informação era de "fácil" mas pelo percurso efectuado, será de considerar baixo/moderado.
A distancia anunciada também não estará correcta. Teremos feito perto de 7 quilómetros.

Foi um excelente e interessante passeio, num dia de boas-vindas ao bom tempo.

(Texto adaptado da Câmara Municipal de Tondela)

Álbum de fotos

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